A palavra é o meio pelo qual, cada um de nós se utiliza para dizer do outro, para constitui-lo, defini-lo, categorizá-lo. Identidades não são, pois, fixas, mas construídas nas, e pelas relações que estabelecemos com o mundo. É a forma com que os outros me olham, me significam e como estabeleço relação com estes processos sociais, que me constituem como sujeito. A construção de identidades está assim relacionada com o lugar de onde vemos, submetida àquele que vê, que ouve, que assiste, que lê. De igual importância neste processo: do que se mostra, se narra, se escreve.
A construção de identidades supõe uma relação de poder daquele que define para aquele que é assim , definido, sendo utilizado, muitas vezes, para impor ao mundo representações, escrever histórias únicas. O outro, diverso, não raras vezes passa a ser entao entendido, como o estranho, o exótico, o inferior.
Estereótipos e preconceitos – legitimadores de relações de sujeição ou de exclusão – surgem a partir da construção de narrativas únicas . O rol de identidades que se cria, para explicar o outro, é imenso, e nessas narrativas, com frequência, a presença da diferença como sinônimo de inferioridade, o lugar do desvio. O outro, diferente, não representa apenas um outro que não sou eu, mas aquele que, diverso, foge ao padrão e sob esta condição, necessita ser normalizado.
Traduções hegêmonicas incorrem em uma visão simplista, pouco complexa, que não dão conta de explicar o outro ou os outros dos quais falamos, pelo fato de que negam a substancialidade dos sujeitos. Igualmente simplista é a compreensão de que todo grupo goza de imunidade, uma vez que, como sujeitos históricos carregamos marcas identitárias que dificultam romper com o instituído e com a ordem dada, podendo, ainda, que estereótipos, pelo reforço do discurso, passem a serem tomados como verdades absolutas.
Nestes enquadramentos que realizamos, mulheres são delicadas e frágeis; gordinhos são sempre simpáticos; homens não choram; surdos são agressivos; negros, sempre pobres; nordestinos, preguiçosos; norte americanos, ricos; italianos, sovinos; os britânicos, reservados e polidos; alemães, trabalhadores e adoradores de cerveja e os orientais...ah como são sábios!
A família, a mídia e os livros didáticos inserem-se aí como os grandes responsáveis pela formação de estereótipos. No entanto uma visão superficial de qualquer que seja a realidade pode incorrer em padronização e à construção de conceitos generalistas, tomando-se o particular como o geral, de forma equivocada.
O vídeo abaixo, indicação do amigo José Roig, é a leitura da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre histórias únicas que lhe foram contadas e de como isso pode interferir na formação de povos, culturas e sujeitos, dificultando a comunicação intercultural.
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Estereótipos e preconceitos – legitimadores de relações de sujeição ou de exclusão – surgem a partir da construção de narrativas únicas . O rol de identidades que se cria, para explicar o outro, é imenso, e nessas narrativas, com frequência, a presença da diferença como sinônimo de inferioridade, o lugar do desvio. O outro, diferente, não representa apenas um outro que não sou eu, mas aquele que, diverso, foge ao padrão e sob esta condição, necessita ser normalizado.
Traduções hegêmonicas incorrem em uma visão simplista, pouco complexa, que não dão conta de explicar o outro ou os outros dos quais falamos, pelo fato de que negam a substancialidade dos sujeitos. Igualmente simplista é a compreensão de que todo grupo goza de imunidade, uma vez que, como sujeitos históricos carregamos marcas identitárias que dificultam romper com o instituído e com a ordem dada, podendo, ainda, que estereótipos, pelo reforço do discurso, passem a serem tomados como verdades absolutas.
Nestes enquadramentos que realizamos, mulheres são delicadas e frágeis; gordinhos são sempre simpáticos; homens não choram; surdos são agressivos; negros, sempre pobres; nordestinos, preguiçosos; norte americanos, ricos; italianos, sovinos; os britânicos, reservados e polidos; alemães, trabalhadores e adoradores de cerveja e os orientais...ah como são sábios!
A família, a mídia e os livros didáticos inserem-se aí como os grandes responsáveis pela formação de estereótipos. No entanto uma visão superficial de qualquer que seja a realidade pode incorrer em padronização e à construção de conceitos generalistas, tomando-se o particular como o geral, de forma equivocada.
O vídeo abaixo, indicação do amigo José Roig, é a leitura da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre histórias únicas que lhe foram contadas e de como isso pode interferir na formação de povos, culturas e sujeitos, dificultando a comunicação intercultural.